Empreendedorismo social e alunos da ESPM

Empreendedorismo social e alunos da ESPM

Episódio #11 – Podcast 2030

Por Renata Brunetti

Embora já nos conhecêssemos por muitos trabalhos juntos, foi muito gostoso fazer esse bate-papo com Marcus Nakagawa para o 2030, podcast do Change for Good, e conhecer mais da sua trajetória. Com um olhar muito sensível para as questões sociais, Marcus começou cedo seu percurso em busca de um mundo melhor. Num primeiro momento, era voluntário em ONGs nas periferias de São Paulo, logo quando chegou à capital, para fazer faculdade.

“Quando eu me mudei para São Paulo – eu sou do interior, de Botucatu – eu percebi essa desigualdade. Lá, existe a desigualdade, mas por ser do interior, não é tão perceptível quanto é numa cidade grande como São Paulo”, conta.

“Cada dia, eu fui percebendo mais o local de privilégio que eu tinha e em que estava e que precisava trazer muito mais gente pra essa realidade de oportunidades, principalmente no Brasil, onde poucos têm e muitos não têm.”

Desde então, ele tem se dedicado às causas sociais e ambientais. Criou ONGs, trabalhou na área de responsabilidade social de grandes empresas, até que ele percebeu que poderia impactar mais pessoas na sala de aula. “Entendi que eu poderia impactar de outra forma. Comecei a dar palestras e as pessoas começaram a me dar feedback e dizer que tinha sentido o que eu estava falando. Então, decidi ir para a área acadêmica”, diz. “Ensinar ou trazer conhecimento, aglutinar e curar, fazer curadoria, para que mais pessoas trabalhem com essas informações.”

Atualmente, ele é escritor e palestrante nos temas ligados à sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida; e professor da Graduação e MBA da ESPM, nas questões de ética, empreendedorismo, responsabilidade socioambiental, empreendedorismo social e terceiro setor. Ou seja, Marcus compartilha todo esse expertise com os futuros formadores de opinião, pois ele dá aulas para futuros jornalistas, publicitários, profissionais de marketing e relações internacionais. E ele se diz contente com as conversas e reflexões da sala de aula: “Quando começamos a falar sobre isso, eles falam: ‘mas isso não é o básico?’; ‘não é o que já deveríamos estar fazendo?; ‘por que as empresas não estão fazendo?’. Eu percebo que estamos no momento da mudança geracional, no meio do conflito de gerações”, pensa.

“Não vamos generalizar, mas na grande maioria das grandes organizações, os gestores ainda tem um mindset sem entender a sustentabilidade como parte do negócio, do sistema, como um ecossistema. Se a gente colocar esse input de um olhar sistêmico e tridimensional (ambiental, social e econômico) e jogar isso pro governamental, acho que conseguimos fazer esse desenvolvimento mais sustentável.”

Marcus conta que é muito importante, aos poucos, entendermos que absolutamente todas nossas decisões, atitudes e ações geram impactos sociais e ambientais de alguma maneira. Por isso, é fundamental mudarmos nossas pequenas atitudes no dia a dia. “Os ODS tem tudo a ver e essa virou a minha bandeira. Tudo o que eu falo está ligado aos ODS. Penso que os ODS são um sonho de uma melhoria no mundo, de transformação, um sonho comum. É toda a conversa de bar, jantar, almoço, qualquer reclamação, qualquer problema que surja nessas conversas tem a ver com os ODS, seja no micro ou no macrocosmo”, diz.

Para ajudar ainda mais nesta transformação, Marcus escreveu o livro 101 dias com ações mais sustentáveis para mudar o mundo, que saiu pela editora Labrador em 2018 e Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa em 2019. Informações, dicas e novidades não faltam para trilharmos o caminho da sustentabilidade e isso tudo me anima muito!

Sobre Marcus Nakagawa

Marcus Nakagawa, palestrante de sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. TEDx speaker. Professor da Graduação e MBA da ESPM, nas questões de ética, empreendedorismo, responsabilidade socioambiental, empreendedorismo social e terceiro setor. Coordenador do CEDS – Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental. Idealizador, fundador, ex-diretor presidente e atual conselheiro voluntário da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável. Doutorando em sustentabilidade  pela USP EACH; mestre em Administração pela PUC-SP; graduado em Marketing e Publicidade pela ESPM-SP.  Fundador e ex -sócio da iSetor, empresa de gestão administrativa e financeira/ projetos para empreendedores empresariais, culturais e sociais. Foi gerente de Sustentabilidade para Fornecedores da Philips para América Latina. Foi diretor na La Fabbrica do Brasil, agência italiana de projetos culturais e sociais; e já foi coordenador do Programa Social Nutrir, na Nestlé. Autor dos livros Marketing para Ambientes Disruptivos, Administração por Competências e 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis Para Mudar o Mundo, Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa em 2019.

Dicas 

Filmes e séries: Star Wars

Livros: Obras do Júlio Verne

101 Dias com Ações Mais Sustentáveis Para Mudar o Mundo, Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa em 2019, de Marcus Nakagawa

Site do livro: https://diasmaissustentaveis.com/

Música: O bêbado e o equilibrista, de Aldir Blanc e João Bosco

Organizações citadas

Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável

Reunimos profissionais diversos para promover o desenvolvimento sustentável para organizações e para a sociedade

http://abraps.org.br/

iSetor

A iSetor é uma empresa focada na qualificação da gestão financeira e estratégica de empresas e organizações sem fins lucrativos de diversos segmentos.

https://isetor.com.br/

Cooperapic

A Cooperapic atua no fortalecimento das entidades associadas, principalmente na capacitação e qualificação profissional das equipes que integram estes espaços e tem como prioridade trabalhar a partir do eixo educação, com foco nos aspectos de formação humana, qualificação profissional, assessoria e orientação.

http://www.cooperapic.org.br/

Ismael Rocha co-fundador da ESPM Social

Ladislas Dowbor é um economista brasileiro, de origem polonesa. É professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Como podemos, enquanto pessoa e sociedade, ajudar na sua causa? 

“Acredito na ampliação da consciência e da percepção do mundo. Isso não é autoajuda, mas é importante as pessoas entenderem que cada ação, atitude, decisão tomada, há um impacto direto no social e no ambiental. Esse é o primeiro passo. Entender qual é o seu papel no mundo, qual sua percepção de mundo e qual o impacto que tem no mundo. Impacto dentro dos seus grupos sociais, da escola, empresa e assim por diante. Ter consciência das suas tomadas de decisão e que, a cada decisão tomada, está impactando o planeta e as pessoas no seu entorno. Por exemplo, você acorda de manhã, toma café, lava o rosto, faz xixi. Todas essas pequenas decisões têm impacto ambiental. Se deixou a torneira aberta, se a descarga está regulada ou não, se o lixinho do banheiro está usando um papel de jornal ou um saquinho de lixo. Pequenas ações do dia a dia.”

Dados 

No livro do Marcus, 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis Para Mudar o Mundo, Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa em 2019, ele oferece várias mudanças possíveis do dia a dia para que, juntos, possamos mudar o mundo.

*O Change for Good agradece Willy Verdaguer pela autorização para usarmos como abertura o delicioso arranjo que fez com o grupo Humahuaca para a consagrada Alegria Alegria de Caetano Veloso e aproveita para agradecer e se desculpar por ter tomado emprestado, sem sequer pedir licença, a música O bêbado e o equilibrista, de Aldir Blanc e João Bosco, para fechar este episódio. 

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